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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ELETIVA 2013/2



UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


Disciplina: Sociologia da Cultura, Tóp. Esp. Sociol. XXIV, IFCH02 10731

Palavras-chaves: memória coletiva, mídia, representação, comunicação, escravidão, ditadura militar, memória entre gerações, violência, memoriais, fotografia.

Professores: Myrian Sepúlveda dos Santos

Número de créditos: 4 (quatro)

Período: 1º semestre de 2013 (2as feiras – M3/M6: 8h50 – 12h20)

Avaliação: provas & seminário


Objetivo:

O objetivo do curso é analisar algumas definições sobre o conceito de “cultura” e análises realizadas sobre o tema. Em que pese a complexidade do conceito, há dois significados usualmente associados a ele. Por um lado, compreendemos cultura como um refinamento de costumes que adquirimos através do aprendizado da arte e da vida, e, por outro, como o conjunto de significados, atividades, estilos, crenças e costumes de um povo, grupo ou sociedade. Essa última definição  tem adquirido cada vez mais adeptos e se generalizado no campo das ciências sociais. Nesse curso, contudo, iremos analisar “cultura” enquanto um conjunto de práticas que produzem significados capazes de orientar os indivíduos através da construção e negociação das formas simbólicas, as quais são constituídas por perspectivas diversas, associadas ao poder.


As contribuições de Gramsci sobre a tarefa do intelectual, o papel da cultura e dos partidos políticos, bem como seu  conceito de hegemonia, serão utilizadas para explicar o controle sobre idéias e instituições no exercício de dominação política. O exercício do poder, contudo, não será visto como resultado direto do desenvolvimento de forças

produtivas, mas a partir de uma autonomia relativa. Esta visão dialética entre infraestrutura econômica e superestrutura foi responsável, entre outras, pela criação na

Inglaterra, de uma forte corrente teórica ligada ao culturalismo. Na Inglaterra, Raymond

Williams consolidou um campo do conhecimento, e, juntamente com as contribuições de Richard Hoggart (Os Usos da Literatura,1958) e  Paul Thompson (A Formação da Classe Operária Inglesa,1963), seus trabalhos deram origem aos estudos da cultura britânicos, centralizados inicialmente no Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), na Universidade de Birmingham. Esse grupo destacou-se por apontar o caráter de resistência esboçado por movimentos da contra-cultura. Formas de cultura popular presentes não apenas na mídia, mas em estilos e sub-culturas passaram a ser valorizadas.


O curso irá apresentar trabalhos que analisam, não apenas a relação entre arte e sociedade, mas as diversas interrelacões associadas a um certo modo de vida

estabelecido. Amplia-se desta forma a noção de dominação, que não se mantém mais restrita à dominação econômica, incorporando conflitos ligados a gênero, sexualidade e raça.


Um dos pensadores atuais mais influentes, vinculado a esse grupo, é Stuart Hall. De forma extremamente engenhosa, o sociólogo incorporou os principais atributos do mundo globalizado, isto é, a importância crescente de meios de informação e da velocidade, mutação e fluidez de símbolos e significados à discussão clássica do grupo sobre hegemonia. O mundo da cultura, ainda que constituído por toda sorte de códigos, continua a ser pensado como arena de disputas e, enquanto tal, vinculado a interesses coletivos e ao poder político instituído. Compreende, ainda, que em determinados contextos, identidades sociais são atravessadas por determinações extremamente múltiplas e diferenciadas. Vivemos em um mundo em que movimentos sociais se constituem para defender o interesse de trabalhadores, mas também de mulheres, homossexuais, negros, minorias étnicas e assim por diante. O aliado em um determinado momento de reivindicação pode ser o opressor do momento subsequente.



PROGRAMA


Setembro

16        Apresentação do curso

23        Autores clássicos e contemporâneos

30        Filme: Os perigos de uma história única. Conferência da escritora Nigeriana Chimamanda Adichie no TED (Tecnology, Entertainement and Design).

No link abaixo a conferência está legendada em português:




Outubro

07        Gramsci, Antonio. 2006. “Apontamentos para uma introdução e um encaminhamento ao estudo da filosofia e da história da cultura.” Introdução ao estudo da filosofia. A filosofia de Benedetto Croce. Cadernos do Cárcere vol. 1. pp. 93-114; vol. 2, pp. 15-53. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

14        Seminário

21        Williams, Raymond. 1969. Cultura e sociedade. São Paulo: Nacional.

28        Santos, Myrian Sepúlveda dos. 2011.“Museus, liberalismo e indústria cultural. Ciências Sociais”.Unisinos. 47, p.189 - 198.

            Santos, Myrian Sepúlveda dos. 1998.“Mangueira e Império: A Carnavalização do Poder pelas Escolas de Samba do Rio de Janeiro”. p. 115-144. In: Zaluar, Alba (org.). Um Século de Favela. Rio de Janeiro: FGV.



Novembro

04        Seminário

11        Prova 1

18        Filme: O Visitante (The Visitor ) 2007.  Escrito e dirigido por Thomas McCarthy e estrelado por Richard Jenkins. Sinopse: O filme trata da vida de um professor universitário, viúvo e solitário já na meia idade cuja vida muda quando se depara com questões como identidade, imigração e relações multiculturais em um mundo pós 11 de setembro.

25        Hall, Stuart. 1998. “Identidade Cultural e Diáspora”. In: Revista do Patrimônio. Brasília: IPHAN



Dezembro

02        Gilroy, Paul. 2001. "Jóias trazidas da servidão: música negra e a política de autenticidade". In: O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34. pp. 157-222 (capítulo 3)

09        Castro, Mauricio Barros de. 2010. Mestre João Grande: na roda do mundo. Rio de Janeiro: Garamond/Biblioteca Nacional.

16        Seminário



(Recesso: 20 de dezembro a 5 de janeiro)


Janeiro


06        Said, Edward. 2007. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras (pp. 27-163; 273-437).

13        Quijano, Aníbal. 2005. “Colonialidade do Poder, Eurocentrismo e América Latina”. In: Lander, E. (ed.) A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americana, 227-278. Buenos Aires: Clacso.

20        Seminário

27        Prova 2