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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

IFCH 02 6998 - Tópicos Especiais em Antropologia VII - Paula Lacerda

IFCH 02 6998 - Tópicos Especiais em Antropologia VII
Curso: A dor, a morte e o terror: abordagens antropológicas sobre situações-limites.
Professora: Paula Lacerda
Horário: 4ª M5/M6 e 6ªM3/M4
2014.1
Ementa: Partindo de situações como o campo de concentração, a tortura durante os governos militares, os massacres no campo, as chacinas e os desaparecimentos forçados, o curso objetiva discutir o papel dos sujeitos envolvidos em experiências desumanizantes, seja como vítima ou seu representante; como algoz, acusado ou “réu”, ou ainda como quem pesquise sobre estes assuntos. Neste recorte, a depender dos interesses dos alunos, três aspectos poderão ser particularmente desdobrados: as respostas dos sujeitos às situações-limites vivenciadas (como o silêncio, a vergonha, o recolhimento, a busca pela Justiça e/ou a mobilização social), as resposta do “Estado”, materializadas na formação de julgamentos, Comissões e Tribunais da Verdade e, por último, o papel do pesquisador enquanto ouvinte/mediador de relatos que podem ser compreendidos, seguindo a inspiração de Veena Das, como o início de um jogo de linguagem que funciona como um convite à interlocução e ao compartilhamento de sensações tidas como íntimas, como a dor e o sofrimento.


Bibliografia de referência:
AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2005.

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: EdUFMG, 2010.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. “Rituais de Passagem entre a chacina e o genocídio: conflitos sociais na Amazônia”. In.: M. de P. Andrade (Org). Chacinas e Massacres no Campo. São Luís: Mestrado em Políticas Públicas/UFMA, 1997. pp. 19-48.

                ARAÚJO, Fábio. Das Consequências da “arte” macabra de fazer desaparecer corpos: violência, sofrimento e política entre familiares de vítima de desaparecimento forçado. 2012. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia). IFCS, Universidade Federal do Rio Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

                BRELAZ, Walmir Moura. Os Sobreviventes do Massacre de Eldorado do Carajás: um caso de violação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Belém: Graphitte, 2006.

CATELA, Ludmila. Situação-Limite e memória: a reconstrução do mundo dos familiares de desaparecidos na Argentina. São Paulo: Hucitec, Anpocs, 2012.

DAS, Veena. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade. Cadernos Pagu. N. 37, Jul-Dez. Campinas, 2011.

ELIAS, Norbert. Do Controle Social ao Autocontrole. In.: O Processo Civilizador 2. Formação do Estado e Civilização. Rio de Janeiro: Joege Zahar, 1993. Pp. 193-206.

ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A Busca da Excitação. Lisboa: Memória e Sociedade, 1992. [ a selecionar]

FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. [a selecionar]

FARIAS, Juliana. Da capa de revista ao laudo cadavérico: pesquisando casos de violência policial em favelas cariocas. No prelo.

GINZBURG, Carlo. Medo, reverência, terror: quatro ensaios de iconografia política. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

                MENEZES, Rachel Aisengart. Em busca da boa morte: antropologia dos cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz, 2004.

PERES, Andrea Carolina Schvartz. “Campos de estupro: as mulheres e a guerra na Bósnia”. Cadernos Pagu. No. 37, julho-dezembro, 2011.

OLIVEIRA, João Pacheco de. Sobre índios, macacos e peixes: narrativas e memórias de intolerância na Amazônia Contemporânea. Etnográfica, vol. IV (2), 2000. Pp. 285-310. Disponível na web via http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_04/N2/Vol_iv_N2_285-310.pdf

POLLAK, Michel. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989. Pp. 3-15.

TAUSSIG, Michel. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.


                VICTORA, Ceres Gomes; RUAS-NETO, Antonio Leite. Querem matar os ‘últimos Charruas’: sofrimento social e a ‘luta’ dos indígenas que vivem nas cidades. Revista Anthropológicas, ano 15, vol 22(1), 2011. p. 37-59.