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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

TÓPICOS ESPECIAIS EM ANTROPOLOGIA XV- IFCH 02-6906 - Rosane M. Prado

DISCIPLINA:TÓPICOS ESPECIAIS  EM ANTROPOLOGIA XV- IFCH 02-6906
TEMA:ANTROPOLOGIA DO MEIO AMBIENTE
PROF. RESPONSÁVEL: Rosane M. Prado
HORÁRIO: Quintas T1-T4
PERÍODO 2014-1
CRÉDITOS 4 - 60 HORAS-AULA

EMENTA

Discursos e práticas “ecológicas” correspondem a um plano de normatização fortemente presente na contemporaneidade, e que tem sido objeto de estudo e tema de uma avassaladora literatura que vem se acumulando.  Pode-se dizer que tem havido nos tempos recentes – mais claramente a partir da década de setenta do século XX – uma espécie de “ecologização” da vida, que se manifesta nas preocupações com o “meio ambiente”.  Nesse contexto, por um lado, se constata uma pretensão de civilizar ecologicamente “o outro”.  A marca do ecológico – o prefixo “eco”, o verbo “ecologizar” – é como um selo de garantia, seja de positividade, seja de importância de um fato ou questão.  Por outro lado, se é possível reconhecer aí uma ideologia ambientalista que emana de certos pólos no Ocidente, há também expressões diferenciadas, rebatimentos e conversões dessa ideologia, conforme diferentes configurações sócio-culturais.

Neste curso, a partir da perspectiva da antropologia social, serão abordados, de um lado, essa ideologia ambientalista e suas pretensões universalistas, e de outro lado, as traduções e apropriações variadas desse sistema de valores ecológicos.  Trata-se de avaliar os próprios conceitos de meio ambiente, ecologia e temas correlatos, focalizando as referências históricas e culturais dos mesmos; de considerar a percepção e os significados de meio ambiente/ecologia segundo diferentes visões de mundo e saberes locais.  As perspectivas da etnoecologia (ecologias nativas ou específicas) e do etnodesenvolvimento (desenvolvimento para as populações nativas/locais) serão examinadas, tendo como pano de fundo a relação entre o que se pode chamar de “ideologias ecológicas/ambientalistas” e as “visões nativas/locais”.  Nesse sentido, serão focalizados estudos de casos, em especial referentes ao Brasil e aos impasses em torno das populações que habitam áreas protegidas.


BIBLIOGRAFIA

-  ADAMS, Cristina.  As populações caiçaras e o mito do bom selvagem: a necessidade de uma nova abordagem interdisciplinar.  In Revista de Antropologia v. 43 n. 1.  São Paulo:USP, 2000.
-  BARRETO FILHO, Henyo.  Da nação ao planeta através da natureza:  uma abordagem antropológica das unidades de conservação de proteção integral na Amazônia brasileira.  Tese de doutorado.  São Paulo: USP/PPGAS/FFLCH, 2001 (partes a indicar).
-  DIEGUES, Antonio Carlos.  O mito moderno da natureza intocada.  São Paulo: Hucitec, 1998.  (partes a definir)
-  ELIAS, Nobert.  O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: jorge Zahar Edit., 1990.
-  LEITE LOPES, José Sérgio.  Sobre processos de ‘ambientalização’ dos conflitos e sobre dilemas da participação.  Horizontes Antropológicos ano 12 n. 25, Antropologia e Meio Ambiente.  Porto Alegre: UFRS, 2006.
-  LITTLE, Paul E.  Etnoecologia e direitos dos povos:  elementos de uma nova ação indigenista.  In SOUZA LIMA, Antonio Carlos e BARROSO-HOFFMANN, Maria Introdução (orgs.)  Etnodesenvolvimento e políticas públicas: bases para uma nova política indigenista.  Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/LACED, 2002.
-  LITTLE, Paul  Ecologia política como etnografia: um guia teórico e metodológico.  Horizontes Antropológicos ano 12 nº 25, Antropologia e Meio Ambiente.  Porto Alegre: UFRS, 2006.
-  PRADO, Rosane & CATÃO, Helena.  Fronteiras do manejo: embates entre concepções num universo de conservação.  26ª. Reunião Brasileira de Antropologia, Porto Seguro, 2008.

-  SIGAUD, Lygia. Efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricos: as barragens de Sobradinho e Machadinho. In ROSA, Luiz Pinguelli et. al.Impactos de grandes projetos hidrelétricos e nucleares. Rio: Marco Zero, 1988.