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Disciplina: Tópicos especiais em Antropologia III (IFCH 02 -5873)
Curso: Ciências Sociais
Professor responsável: Claudia Barcellos Rezende
Período: 2014.2
Horário: 4ª M3/M4 e 6ª M5/M6
Objetivos
Este curso tem como foco a discussão de questões teóricas em torno dos conceitos de subjetividade e agência. O curso terá duas partes – uma primeira de revisão teórica de autores clássicos da antropologia, em que estes conceitos apareceram ainda que de forma preliminar; uma segunda com discussões contemporâneas, pautadas também em exemplos etnográficos. Além dos debates teóricos, o curso examinará aspectos e problemas metodológicos do estudo da relação entre subjetividade e cultura.
Bibliografia
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Cap. I. Uma Imagem Ampliada. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2005.
CLIFFORD, James. “Sobre a automodelagem etnográfica: Conrad e Malinowski”. in A Experiência Etnográfica. Rio de Janeiro, UFRJ, 1998.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Cap.1 Por uma descrição densa. Rio de Janeiro, LTC, 1989.
MALINOWSKI, Bronislaw. Coleção Grandes Cientistas. Caps. 2 “A lei e a ordem primitivas”. São Paulo, Ática, 1986
MAUSS, Marcel. A expressão obrigatória dos sentimentos. In: Sérvulo Augusto Figueira (org.) Psicanálise e Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora. 1981.
ORTNER, Sherry. Subjetividade e crítica cultural. Horizontes Antropológicos, ano 13, n. 28, p. 375-405, jul./dez. 2007 (disponível na internet).
SAHLINS, Marshall. “Experiência Individual e Ordem Cultural” e “O Retorno do Evento, Outra Vez”. In: Cultura na Prática. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2004. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2004.
VELHO, Gilberto. Projeto, emoção e orientação nas sociedades complexas. In: ___. Individualismo e Cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro, Zahar, 1981.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia IV (Etnografias e a cidade do Rio de Janeiro) - IFCH 02 5908
Curso: Ciências Sociais Professor responsável: Sandra de Sá Carneiro
Horário: 4a M5/M6 e 6a M3/M4.
Assistentes: Camila Pires (estágio docente - mestrado PPCIS)
Período: 2o.
Ano: 2014
Créditos: 4
Horas-aula: 60hs.
Objetivos:
O objetivo mais geral deste curso é propor uma discussão sobre monografias etnográficas escritas sobre fenômenos e manifestações culturais que ocorrem no meio urbano, particularmente na cidade do Rio de Janeiro. Assim, objetiva-se também debater trabalhos e produções acadêmicas mais recentes que apresentem a cidade como lócus de investigação, estudos na cidade e, discutir as diferentes abordagens teórico-metodológicas, instrumentos de pesquisa e inserção no campo. Interessa-nos sobretudo analisar a construção do objeto de cada pesquisa, as perguntas dirigidas ao objeto e o desenvolvimento da pesquisa de campo.
Programa de curso :
1. sessão - Apresentação do curso e seus pressupostos
2. sessão - Apresentar um conjunto de monografias que tem a cidade como foco.
3. sessão a 20. sessão - Discussão das monografias e de filmes e suas temáticas: sociabilidade, violência, juventude, favela, subúrbios, etc. Alguns problemas urbanos contemporâneos no Brasil
21. sessão a 30 sessão - Realização de avaliações
Bibliografia: (a ser selecionada ainda)
OLIVEN, Ruben. “Por uma antropologia em cidades brasileiras”. In Velho, Gilberto(coord.) O desafio da cidade: novas perspectivas da Antropologia brasileira. Rio de Janeiro: Editora Campus. 1980.
ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza, São Paulo, Brasiliense. 1985. (capítulos a definir).
ABRAMO, Helena. Cenas juvenis: Punks e darks no espectáculo urbano. São Paulo:Scritta/Anpocs. 1994. (capítulos a definir).
FRANCA, Isadora Lins. “Introdução” e “Um mapa da pesquisa”. Consumindo lugares, consumindo nos lugares: homossexualidade, consumo e subjetividades na cidade de São Paulo. Rio de Janeiro: EDUERJ/CLAM, 2012.
GREGORI, Maria Filomena. Viração: experiências de meninos nas ruas. São Paulo, Companhia das Letras, 2000. (capítulos a definir).
MACHADO, Luiz Antônio. “A política nas favelas”. In: Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 4, N° 4. 2011. Disponível em: http://revistadil.dominiotemporario.com/doc/DILEMAS-4-4-Art6.pdf
MAGNANI, José Guilherme. “Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole”. In: Magnani, J.G e Lilia de Lucca Torres (org.) Na Metrópole - textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp/Fapesp, 1996.Velho, Gilberto 1998. Nobres & Anjos: um estudo de tóxicos e hierarquia. Rio de Janeiro, Ed. Fundação Getúlio Vargas.
VIANNA, Hermano. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1987.
FACINA, Adriana. "Eu só quero é ser feliz": quem é a juventude funkeira no Rio de Janeiro?. In: Reis, Lívia; Figueiredo, Eurídice. (Org.). América Latina: integração e interlocução. Rio de Janeiro/Santiago, 7Letras/Usach, 2011. p. 154-164.
PICCOLO, Fernanda Delvalhas. Desigualdades sociais, práticas educativas e juventude numa favela carioca. In: VELHO, Gilberto e DUARTE, Luiz Fernando Dias (org.). Juventudes contemporâneas. Culturas, gostos e carreiras. Rio de Janeiro, 7Letras,
SANT’ANA, Raquel. “Momento brega”. Indústria cultural e reminiscências na Feira de São
Cristóvão. In: FACINA, Adriana (org.). Vou fazer você gostar de mim. Debates sobre a música brega. Rio de Janeiro, Multifoco, 2011. P. 83-110.
LOPES, Adriana Carvalho Lopes. Funk-se quem quiser. O batidão negro na cidade carioca. Rio de Janeiro, Bom Texto/FAPERJ, 2012. [Capítulos 2 e 3]
PASSOS, Pâmella. Lan house na favela. Cultura e práticas sociais em Acari e no Santa Marta. Niterói, UFF, 2013. (Tese de doutorado) [Capítulos 1, 3 e 4]
ECKERT, Cornelia e ROCHA, Ana Luiza Carvalho. “Aventuras antropológicas nas cidades brasileiras: na trilha das trajetórias acadêmicas das antropólogas “urbanas” Eunice Durham e Ruth Cardoso”. Disponível em: http://www.anpocs.org/portal/index.php?
option=com_docman&task=doc_view&gid=1756&Itemid=229
ECKERT, Cornélia e ROCHA, Ana Luiza Carvalho. Antropologia da e na Cidade, interpretações sobre as formas da vida urbana, Porto Alegre, Editora Palotti, 2013
GASPAR, Maria Dulce. - Garotas de Programa (“Notas sobre o trabalho de campo). Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1985.
MAGGIE, Yvonne. Guerra de orixá; um estudo de ritual e conflito. Rio de Janeiro, Zahar,1975.
SILVA, Hélio R.S. - Lapa dos Travestis. A invenção do feminino. Rio de Janeiro, Relume-Dumará,
SILVA, Hélio R.S. e MILITO, Claudia. - Vozes do Meio-Fio. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1995.
VELHO, Gilberto; KUSCHNIR, Karina (Org.). Pesquisas urbanas: desafios do trabalho antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
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Disciplina: Tópicos Especiais
em Antropologia V – Patrimônios culturais: subjetividades, mediações e conflitos ( IFCH 02 5932)
Professora
responsável: Roberta Guimarães
Período: 2014.2
Horário:
2ª feira M3/M6
Créditos: 4 - 60 horas-aula
Objetivos
Diversos especialistas discutem
e idealizam há décadas a conformação física e a experiência humana nas cidades
modernas, tentando superar a tensão entre os desejos de preservação e de
transformação dessas cidades. O curso traz assim como tema os aspectos sociais,
econômicos, estéticos, fisiológicos, legais e morais envolvidos na conversão de
práticas sociais, objetos e espaços em “patrimônios culturais”. Será
especialmente abordado o caráter mediador das políticas patrimoniais de
transformação e/ou preservação de amplas áreas urbanas. E como tais políticas,
ao legitimarem determinadas práticas culturais e materialidades, tanto produzem
novas referências simbólicas e físicas como movimentam conflitos.
Programa de curso
O
curso pretende explorar três temas de análise: 1. Os mecanismos linguísticos e
mentais que estruturam a noção de patrimônio cultural. 2. As mediações sociais,
políticas e institucionais que possibilitam a transformação de práticas,
objetos e espaços em patrimônio cultural. 3. Os usos, ressonâncias e limites da
noção de patrimônio cultural na preservação e transformação das grandes cidades.
Bibliografia
ABREU,
Regina, CHAGAS, Mario (orgs). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos.
Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
APPADURAI,
Arjun. A vida social das coisas.
Niterói: EdUFF, 2008.
BITAR,
Nina. Baianas de acarajé. Comida e
patrimônio no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.
CLIFFORD,
James. “Colecionando Arte e Cultura”. Revista do Patrimônio, nº 23,
1994.
GONÇALVES,
José Reginaldo Santos. Antropologia dos
objetos: coleções, museus e patrimônios. Brasília: IPHAN/DEMU, Col. Museu,
Memória e Cidadania, 2007b.
GONÇALVES,
José Reginaldo. A retórica da perda: os
discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/IPHAN,
1996.
GONÇALVES,
José Reginaldo Santos, GUIMARÃES, Roberta Sampaio, BITAR, Nina. A Alma das Coisas: patrimônios,
materialidade e ressonância. Rio de Janeiro: Mauad X, 2013.
GUIMARÃES,
Roberta Sampaio. A utopia da Pequena
África. Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária
carioca. Rio de Janeiro: FGV, 2014.
HUYSSEN,
Andreas. Seduzidos pela memória:
arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
LEITE, Rogério Proença. Contra-usos
da cidade: lugares e espaço público na experiência urbana contemporânea.
Campinas: Unicamp/UFS, 2007.
LIMA,
Manuel Ferreira, ECKERT, Cornélia, BELTRÃO, Jane (orgs.). Antropologia e patrimônio cultural: diálogos e desafios contemporâneos.
Blumenau: ABA/ Nova Letra, 2007.
POMIAN,
Krzystof. A Coleção. Lisboa:
Enciclopédia EINAUDI, 1982.
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Disciplina:
Tópicos Especiais em Antropologia XI (IFCH
02 - 6902)
Curso: Antropologia da Política
Curso: Antropologia da Política
Professores:
Paula Mendes Lacerda
Período:
2014.2
Horário: (5ª M3/M6)
Créditos: 4 - 60 horas-aula
Créditos: 4 - 60 horas-aula
Objetivos
A
presente disciplina será oferecida na modalidade prática-teórica, pois
estimular-se-á os estudantes matriculados a realizarem trabalho de
campo/etnografia, sob supervisão, em diferentes cenários da política e das
eleições que ocorrerão proximamente, tais como comícios, reuniões de comitês de
campanha, cobertura midiática, panfletagens, etc. Como instrumental teórico,
percorreremos trabalhos clássicos e contemporâneos sobre a política, o que permitirá
conhecer parte da história da Antropologia no que se refere aos estudos sobre
política, Estado e poder; além de discussões mais contemporâneas como o aspecto
ritualístico da política, os diferentes “tempos” implicados, as noções de
governo e de Estado. A bibliografia sugerida está sujeita a mudanças, pois se
adaptará às necessidades e interesses dos estudantes matriculados, bem como
embasar o trabalho de campo/etnografia. Este curso contará ainda com a
participação da doutoranda Maria Rossi, do PPGAS/MN, que apresentará sua
pesquisa sobre participação política de mulheres indígenas na Colômbia.
Programa de curso
1.
Política e eleições no Brasil
2. Antropologia da Política
3. Trabalho de Campo
Bibliografia:
Unidade 1 – Política, Etnografia e Ritual
KUSHNIR,
Karina. Antropologia e Política. Revista Brasileira de Ciências Sociais. V. 22,
n. 64, ju. 2007. Disponível via http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092007000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
GEERTZ,
Clifford. Negara: o Estado-Teatro no século XIX. Rio de Janeiro: Bertland
Brasil; Lisboa: Difel, 1991. [trechos a selecionar]
BEZERRA,
Marcos Otávio. O “caminho das pedras: representação política e acesso ao
governo federal segundo o ponto de vista de políticos municipais. In.:
Palmeira, Moacir; Barreira, César (Orgs). Política no Brasil: visões de
antropólogos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. Pp. 179-202.
TEIXEIRA,
Carla da Costa. Das Bravatas. Mentira ritual e retórica da desculpa na cassação
de Sérgio Naya. In.: PEIRANO, Mariza. O Dito e o Feito: ensaios de antropologia
dos rituais. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001. Pp. 113- 132.
BARREIRA,
Irlys. A expressão dos sentimentos na política. Teixeira, Carla da Costa;
Chaves, Christine Alencar (Orgs.) Espaços e Tempos da Política. Rio de Janeiro:
Relume-Dumará, 2004. Pp. 67-90.
GLUCKMAN,
Max. Análise de uma situação social na Zululândia moderna. In.: Feldman-Bianco,
Bela (Org.) Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. São Paulo: Unesp, 2010. Pp. 237-364.
CASTILHOS,
Sérgio. Etnografando elites no brasil: dilemas éticos e metodológicos de uma
pesquisa sobre o ‘marketing político’ no final do século XX. In.: SOUZA LIMA,
Antonio Carlos de; TEIXEIRA, Carla da Costa; CASTILHOS, Sérgio. (Orgs.)
Antropologia das Práticas de Poder: reflexões etnográficas entre burocratas,
elites e corporações. Rio de Janeiro: Contracapa, 2014.
Unidade 2 - Eleições e tempos
MAGALHÃES,
Nara. O Povo Sabe Votar: uma visão antropológica. Petrópolis: Vozes, Unijuí,
1998. [trechos a selecionar]
HEREDIA,
Beatriz; PALMEIRA, Moacir. Os Comícios e a Política de Facções. In.: Política Ambígua. Rio de Janeiro: Relume
Dumará: 2010. Pp. 27-80.
SPRANDEL,
Marcia Anita. Da paisagem ao foco: a pobreza nos discursos sobre o Brasil. In.:
Teixeira, Carla da Costa; Chaves, Christine Alencar (Orgs.) Espaços e Tempos da
Política. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004. Pp. 91-108
Unidade 2 – Política,
Estado e Governo
BOURDIEU,
Pierre. A representação política: elementos para uma teoria do campo político.
In.: __ O Poder Simbólico.
EVANS-PRITCHARD,
Edward Evan. O Sistema Político. In.: Os Nuer: uma descrição do modo de
subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo:
Perspectiva, 2008. Pp. 151-200.
HEREDIA,
Beatriz; PALMEIRA, Moacir. Os Sindicatos no Poder: que poder? In.: Política
Ambígua. Rio de Janeiro: Relume Dumará: 2010.
OLIVEIRA,
João Pacheco de. O nosso governo: os ticuna e o regime tutelar. São Paulo:
Marco Zero; Brasília: MCT/CNPS, 1988. [trechos a selecionar]
SOUZA
LIMA, Antonio Carlos de. Um Grande Cerco
de Paz: poder tutelar, indianidade e a formação do Estado no Brasil.
Petrópolis: Vozes, 1995. [trechos a selecionar]
KUSHNIR,
Karina. Trânsito e Aliança: a negociação no plenário. Revista Brasileira de
Ciências Sociais, n.30, ano 11, fev. 1996. Pp. 101-109.
MIGUEL,
Luis Felipe. O representante como protetor: incursões na representação política
“vista de baixo”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. V. 27, n. 79, 2012.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XIV (IFCH 02 6905)
Professor responsável: Margarete
Período: 2014.2
Horário: 3ª M3/M4 e 5ª M3/M4
Créditos
: 04 - 60 Horas-aula
Tema: Incesto; uma visão biossocial
Objetivo: Fornecer aos alunos
as bases biológicas e sociais do Incesto
Definição . O incesto na
natureza e na cultura.
BIBLIOGRAFIA;
Um breve estudo sobre incesto Margaret de Carvalho Soares e Frederico P.
de Mello de Amorim. Advir, 1993
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Curso:
Tópicos Especiais em Antropologia XX (IFCH 02 06911)
Tema: Antropologia
das Emoções
Professora responsável: Maria Claudia Coelho
Horário: 6as.
– M3-M6
Período: 2014.2
Créditos: 4 - 60 Horas-aula
Proposta:
Este curso pretende
discutir os limites e possibilidades de construção das emoções como um objeto
de análise das ciências sociais. Recorrentemente associadas, no senso comum
ocidental, aos universos da “natureza” e do “indivíduo”, as emoções parecem,
por isso mesmo, refratárias ao olhar das ciências sociais. Entretanto, apesar
dos esforços fundadores de autores clássicos como Georg Simmel e Émile Durkheim
de exclusão do “psicológico” do raio de alcance das ciências sociais, ao longo
da história destas disciplinas podemos ver uma oscilação entre esta exclusão e
tentativas paralelas de incluir as emoções no rol de objetos das ciências
sociais.
Este curso investiga
essa tensão, estando estruturado em quatro momentos: a – modelos teóricos para
o estudo da relação indivíduo-sociedade; b – exame das “gramáticas sociais” das
experiências emocionais descritas, pelo senso comum do Ocidente moderno, como
singulares e individualizantes, tais como o amor, a solidão ou a saudade; c –
investigação da dimensão micro-política das emoções, ou seja, da capacidade de
algumas emoções (tais como a compaixão, o desprezo ou a humilhação) de reforçar/alterar/dramatizar
as macro-relações de hierarquia e poder à luz das quais se dão as relações
interpessoais; d – análise do trabalho político que as emoções fazem em
fenômenos da vida pública, tais como os movimentos sociais ou a violência
urbana.
Bibliografia Básica
BENZAQUEN DE ARAÚJO, Ricardo e VIVEIROS
DE CASTRO, Eduardo (1977). “Romeu e Julieta e a Origem do Estado”. In: G. Velho
(org.). Arte e Sociedade. Rio de
Janeiro: Zahar.
CASTRO, Celso. (2001). “Homo Solitarius: notas sobre a gênese da
solidão moderna”, in Interseções -
Revista de Estudos Interdisciplinares - PPCIS, UERJ.
COELHO, Maria Claudia. (2006). O Valor das Intenções – dádiva, emoção e
identidade. Rio de Janeiro: Ed. da FGV.
COELHO, Maria Claudia (2010). Narrativas da Violência: a dimensão micro-política das emoções. Mana
(UFRJ. Impresso), v. 16, p. 1-20.
DURÃO, Susana e COELHO,
Maria Claudia. (2012). Moral e emoção nos movimentos culturais: estudo
da 'tecnologia social' do Grupo Cultural AfroReggae. Revista de Antropologia
(USP. Impresso), v. 55, p. 899-935.
DELUMEAU, Jean. (1989). História do Medo no Ocidente. São Paulo:
Cia. das Letras.
ELIAS, Norbert. (2001). A Solidão dos Moribundos.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
GAY, Peter. (1995). O Cultivo do Ódio. São Paulo: Cia. das
Letras.
KATZ, Jack. (2013). “Massacre
Justo”. In: Maria Claudia Coelho (org.). Estudos
sobre Interação – textos escolhidos. Rio de Janeiro: EdUERJ.
LOURENÇO, Eduardo. (1999). Mitologia da Saudade. São Paulo: Cia.
das Letras.
SIMMEL, Georg. “Fidelidade: Uma
tentativa de análise sócio-psicológica”. Trad. Mauro Guilherme Pinheiro
Koury. RBSE, v.2, n.6, pp.509-515, João Pessoa, GREM, Dezembro de 2003.
VINCENT-BUFFAULT, Anne. (1988). História das Lágrimas. Rio de Janeiro:
Paz e Terra.
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Disciplina: Tópicos Especiais de Antropologia XXI (IFCH
02 02- 10698)
Professor
responsável: Margarete
Horário: 4ª T3/T4 e 6ª T3/T4
Período: 2014.2
Créditos: 4
- 60 Horas-aula
Tema:
Natureza x Cultura. Os diferentes estágios culturais.
Objetivos: Fornecer aos alunos
dados sobre as diferenças entre a Natureza e a Cultura
BIBLIOGRAFIA
As estruturas elementares do parentesco ,Claude Levi- Strauss, Ed
Vozes.1992
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXV IFCH 02 10702
Curso: Antropologia da Arte
Horário: 4ª T3/T6
Professor responsável: Marcos Albuquerque
Período: 2014.02
Ano: 2014
Créditos: 04
Horas-aula: 60
Objetivos:
Curso introdutório a Antropologia da Arte. Nele @ estudante será convidad@ a pensar a arte como objeto antropológico, ou seja, como conceito e contexto. O curso enfoca a formação do campo e seus principais autores; as relações da antropologia com o surrealismo, o colonialismo, a formação de acervos e patrimônios nacionais (museus); e, por fim, apresenta noções gerais de sub-campos (etnomusicologia, performance e a contribuição de Alfred Gell).
Programa de curso:
I Parte: Introdução aos temas gerais da Antropologia da Arte
01 a aula = Apresentação do Curso
02 a aula = Arte “primitiva” e o particularismo histórico
BOAS, Franz. (2004). "Os princípios da classificação etnológica". In: STOCKING Jr.,
George W. (org). Franz Boas - A formação da Antropologia americana – 1883-1911. Antologia. Rio de Janeiro: Contraponto/UFRJ, pp. 85-92.
ALMEIDA, K. P. de. (1998). Por Uma Semântica Profunda: Arte, Cultura e História no Pensamento de Franz Boas, Mana 4 (2): 7-34.
03 a aula = Arte e estruturalismo
LEVI-STRAUSS, Claude. (1955). “Uma Sociedade indígena e o seu estilo”. Tristes Trópicos. Lisboa: Edições 70. pp. 165-184 .______________, Claude. (1970). O Desdobramento da Representação nas Artes da Ásia e da América. In: Antropologia Estrutural (I), Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, pp. 267-291.
04 a aula = Arte e simbolismo
GEERTZ, Clifford. (1997). “Arte como sistema cultural”. In: O Saber Local. Petrópolis: Vozes. pp. 142-181.
05 a aula = Arte e sociedade
BOURDIEU, Pierre. (2002). Gênese histórica de uma estética pura. In: O Poder Simbólico. Bertrand Brasil, pp.281-298.___________, Pierre. (2005). Modos de produção e modos de percepção artísticos. In: A economia das trocas simbólicas. Ed. Perspectiva, pp.269-294.Leitura Complementar:
BOURDIEU, Pierre. (2006). A Distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Editora Zouk, 2006 [1979]. (Primeira parte. Crítica social do julgamento do gosto - p. 15-92).
AVALIAÇÃO
(Resenha crítica de um dos textos discutidos em sala de aula. Max. 03 pag.)
II Parte: Autenticidade: Surrealismo, Colonialismo, Museu e Nação.
06 a aula = Surrealismo, Antropologia e Arte “Primitiva”.
CLIFFORD, James. (1998). Sobre o Surrealismo Etnográfico. In: A experiência etnográfica: Antropologia e Literatura no séc. XX. Org. José Reginaldo Santos Gonçalves. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ.
Leitura Complementar:LAGROU, Elsje Maris. (2008). A Arte do Outro no Surrealismo e Hoje. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 14, n. 29, p. 217-230, jan./jun.
Filme: As estátuas também morrem. Dir. Chris Marker & Alain Resnais (1953).
07 a aula = Patrimônio Cultural e Nação
GONÇALVES, J. R. S. (2002). A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Iphan. [Cap. 01 e 05].
Filme: O arquiteto e a cidade velha. Dir. Catarina Alves Costa.
08 a aula = Colonialismo e Arte Nativa
PRICE, S. (2000). Arte Primitiva em Centros Civilizados. Rio de Janeiro: Edufrj, pp. 46-62.
Leitura Complementar:
GOLDSTEIN, Ilana. (2008). Reflexões Sobre a Arte “Primitiva”: O Caso Do Musée Branly. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 14, n. 29, p. 279-314, jan./Jun.
Filme: Wauja: a Dança das Máscaras Amazônicas. Dir. Aristóteles Barcelos Neto
09 a aula = Arte Indígena no Brasil
ALBUQUERQUE, M. (2011). Ato de Tempo: A “viagem” do Exótico. In: O regime imagético Pankararu: Tradução intercultural na cidade de São Paulo. Tese de Doutorado, PPGAS/UFSC.
Leitura complementar:
BARBOSA, Wallace de Deus. (2003). Pedra do Encanto: dilemas culturais e disputas políticas entre os Kambiwá e os Pipipã. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria /
LACED. [cap. 01]
Filme: Missão de Pesquisas Folclóricas 1938 - Dança dos Praiás
Filme: Cachoeira das onças. Vídeo nas Aldeias. Dir. Vincent Carelli.
10 a aula = Arte Africana
APPIAH, Kwame Anthony. (2010). Será o Pós em Pós-Modernismo o Pós em Pós-Colonial? In: Artafrica [http://www.artafrica.info/novos-pdfs/artigo_22-pt.pdf].
CONDURU, Roberto. (2008). Uma crítica sem plumas – A propósito de Negerplastik de Carl Einstein. Concinnitas ano 9, volume 1, número 12, julho.
Leitura Complementar: KASFIR. Sidney. (2008). Arte africana e autenticidade: um texto com uma sombra. In: Artafrica [http://www.artafrica.info/novos-pdfs/artigo_14-pt.pdf].
Filme: Muvart (2005). Dir. Jose Augusto Nhantumbo.
AVALIAÇÃO
(Resenha crítica dos textos/filmes de um dos módulos dessa unidade. Max. 03 pag.)
III Parte: Tópicos da Antropologia da Arte
11 a aula = Etnomusicologia
TRAVASSOS, E. (1997). Primitivismo. In: Os mandarins milagrosos: arte e etnografia em Mário de Andrade e Béla Bartók. Rio de Janeiro: Funarte; Jorge Zahar, pp. 157-191.
Leitura Complementar:
MENEZES BASTOS, R. J. de. (2007). “Música nas Sociedades Indígenas das Terras Baixas da América do Sul: Estado da Arte”. Mana 13:293-316.
Filme: Oi, que prazer, que alegria Kapinawá. Dir. Marcos Albuquerque.
12 a aula = Performance e pós-modernismo
LANGDON, Esther Jean. (2007). Performance e sua Diversidade como Paradigma Analítico: A Contribuição da Abordagem de Bauman e Briggs. Antropologia em primeira mão. Florianópolis. PPGAS/UFSC.
Leitura Complementar:MARCUS, George E. O intercâmbio entre arte e antropologia: como a pesquisa de campo em artes cênicas pode informar a reinvenção da pesquisa de campo em antropologia. In: Revista de Antropologia, São Paulo, 47(1): 133-158.
Filme: Chica Chic: Carmen em performance. De Regina Müller. Dur.05:38.
Filme: The Couple in the Cage. Cuco Fusco e Paula Heredia.
Filme: Theatro Amazonas. Dir. S. Looker
Video: 4’33’’. De John Cage.
Vídeo: Stockhausen.
Vídeo: Nós te saudamos Sarajevo. De Jean-Luc Godard.
13 a aula = Performance, Teatro,... Rua!
SCHECHNER. R. (2012). A rua é o palco. In: performance e antropologia de Richard Schechner. Rio de Janeiro; Ed. Mauad X, pp. 155-198.
Leitura Complementar: DAWSEY, J. C. O Teatro Dos “Bóias-Frias”: Repensando A Antropologia Da Performance. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 24, p. 15-34, jul./dez. 2005.
Filme: "Poro: intervenções urbanas e ações efêmeras". Dur.19:36.
14 a aula = A Antropologia como Anti-Arte: a contribuição de Alfred Gell.
GELL, Alfred. (1998). Art and agency: an anthropological theory. Clarendon Press·
Oxford. [Introdução traduzida por Paulo Henriques Britto, revista Poiesis UFF].
LAGROU, Elsje Maris. (2003). Antropologia e Arte: Uma Relação de Amor e Ódio. In: Revista Ilha 5(2): 93-113.
Leitura Complementar: DEMARCHI, André. Armadilhas, Quimeras E Caminhos: Três Abordagens da Arte na antropologia contemporânea. In: Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 177-199, jul./dez. 2009.
Filme: Pintora aos quatro anos (título original: My Kid Could Paint That)( (2007). Dir. Amir Bar-Lev.
15 a aula = Agência: a contribuição de Alfred Gell.
GELL, Alfred. A tecnologia do encanto e o encanto da tecnologia. Concinnitas, ano 6, v. 8 (1), pp. 41-63: 2005. (disponível on-line).
Leitura Complementar: LAGROU, E. Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas. IN: Proa –Revista de Antropologia e Arte [on-line]. Ano 02, vol.01, n. 02, nov. 2010. Disponívelem: http://www.ifch.unicamp.br/proa/DebatesII/elslagrou.html
16 a aula = Discussão dos Trabalhos Finais*
* O trabalho final é de temática livre, porém deve ser redigido em diálogo com os temas do curso. Max. 10 pag.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXVII (IFCH 02 10704)
A turma será ministrada em conjunto com Tópicos Especiais em Sociologia X (IFCH 02 06886). Os alunos interessados devem se inscrever em uma disciplina ou outra.
Curso: Estudos e “vozes” sobre a Pobreza
Período: 2014.2
Horário: (3ª T2/T5)
Ementa:
“O segredo da Verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem histórias.." A Frase está no início do romance “Viva o Povo Brasileiro” de João Ubaldo Ribeiro. Nos termos das ciências sociais se pode dizer o mesmo admitindo que não há o indiscutível, há o que foi descrito e dito por diferentes vozes. As vozes sobre a pobreza no Brasil desigual são o ponto de partida deste curso: Além das vozes oficiais e do senso comum estudaremos as vozes da pobreza, da ralé, da gente das ruas, dos marginalizados, conectando a pobreza e a cor; a pobreza e os gêneros, a pobreza e os mitos da brasilidade e a pobreza como indexador de poder. Seguindo esta inspiração, buscaremos oferecer uma abordagem sociológica e antropológica sobre o tema da pobreza, valendo-se da experiência de seus dois professores, de duas áreas temáticas, em pesquisas e leituras sobre o tema. Partimos do pressuposto de que a “pobreza” e os “pobres” mais do que categorias socioeconômicas, são formas de classificação e exclusão que englobam categorias sociais várias, como “negros”, “índios”, “moradores de rua”, “favelados”, entre outras. Neste sentido, nossa proposta é oferecer instrumentos teóricos para que a “pobreza”, enquanto um critério potente de exclusão, seja compreendida em sua interdisciplinaridade.
O curso está dividido em quatro unidades que buscarão percorrer cenários, campos disciplinares e discussões políticas diferentes. Ao longo do curso, buscaremos nos concentrar em processos sociais, como os de construção social da pobreza, a transformação da pobreza em problema social, a criminalização da pobreza, a produção de mecanismos para a perpetuação da pobreza, as estratégias destes, classificados como “pobres”, em torno de “virações”, “contornamentos”, organizações e mobilizações. Na primeira unidade, buscaremos oferecer algumas ferramentas teóricas com as quais dialogaremos ao longo do curso. Nosso objetivo não será, em nenhum momento, apresentar definições fechadas, mas problematizar as que foram utilizadas por agentes públicos, religiosos, instituições administrativas, órgãos da assistência social etc, o que entendemos como parte do exercício de poder de controlar populações através do controle dos corpos (Foucault, 2006), do gestar e gerir grupos sociais (Souza Lima, 2002) e, ainda, das práticas e das linguagens produzidas para governar através das “margens do Estado”(Das e Poole, 2008). Na segunda unidade, buscaremos oferecer alguns eixos transversais, também denominados marcadores sociais da diferença ou da desigualdade, o que nos permitirá pensar como o poder se exerce diferentemente em relação às características das pessoas. Por um lado, tomaremos como norte os marcadores de sexo, gênero, geração, cor/raça, mas buscaremos adentrar nas “zonas cinzas” da interseccionalidade e também de critérios não tão facilmente mapeáveis como “aparência”, “tipo de moradia”, “número de filhos”, “situação conjugal” etc. A terceira unidade buscará discutir formas de relações entre os “pobres” e grupos (como o Estado, a Igreja, os políticos, a família, os patrões) para além da chave “paternalismo”, “salvacionismo”, “moralização”, mas nos valendo criativamente destas categorias. O que elas pretendem dizer? Sobre o que elas pretendem convencer? Por fim, na última unidade, percorreremos pesquisas e etnografias que tematizam a pobreza em interfaces variadas.
Observação: A bibliografia apresentada a seguir é somente um conjunto de possibilidades, devendo ser selecionada de acordo com o andamento das aulas e com as necessidades dos alunos.
Bibliografia:
Provocação introdutória:
FONSECA, Rubem. “Feliz Ano Novo”. In.: Feliz Ano Novo. Rio de Janeiro, Companhia das Letras, 2001. (crônica P 11-22)
Unidade 1 – Algumas ferramentas para o debate
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2006. [trechos a selecionar]
FOUCAULT, Michel. Segurança, Território e População – curso dado no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008. [trechos a selecionar]
WACQUANT. Loïc. “Rumo a uma ditadura sobre os pobres?” (Pp.9-19.) e “O Lugar da Prisão no novo governo da miséria,Vigiar e Punir: rumo ao social Panoptismo (Pp. 127-147) in As Prisões da Miséria. Rio de Janeiro. Zahar, 2011.
SOUZA, Jessé. “A Construção do mito da “Brasilidade” e Senso Comum e Justificação da Desigualdade” in A Ralé Brasileira. A Ralé Brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 2009.
VALLADARES, Licia do Prado. Cem Anos Pensando a Pobreza (Urbana) no Brasil in BOSCHI, Renato R. Corporativismo e Desigualdade. A Construção do Espaço Público no Brasil. Rio de Janeiro, IUPERJ. 2000.
SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. Sobre Gestar e Gerir a desigualdade: pontos de investigação e diálogo. In.: SOUZA LIMA, Antonio Carlos de (Org). Gestar e Gerir: estudos para um antropologia pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará: 2002. Pp. 11-22.
DAS, Veena e POOLE, Deborah. El Estado y sus márgenes. Etnografias comparadas. Cuadernos de Antropología Social, n. 27, 2008. Pp. 19-52.
Unidade 2 – A modulação da desigualdade
VIANNA, Adriana. Quem deve guardar as crianças? Dimensões tutelares da gestão contemporânea da infância. IN.: SOUZA LIMA, Antonio Carlos de (Org). Gestar e Gerir: estudos para um antropologia pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará: 2002. Pp. 271-312.
MOUTINHO, Laura. Negociando com a adversidade: reflexões sobre “raça”, (homo)sexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro. Revista Estudos Feministas, vol. 14, n. 1, abril 2006. Pp. 103-116.
MATTOS, Patrícia. A Dor e o Estigma da Puta Pobre in SOUZA, J. A Ralé Brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 2009. Pp. 173-204.
VALLE E Silva. Nelson & HASEMBALG. Carlos. Estrutura Social, Mobilidade e Raça. (Capítulo a ser definido). Rio de Janeiro, IUPERJ. 1988.
Unidade 3 – Paternalismo, salvacionismo, moralização. Reconhecimento de direitos ou “de que precisam os pobres?”
REIS, Elisa. "Desigualdade e solidariedade — uma releitura do `familismo amoral' de Banfield". Revista Brasileira de Ciências Sociais, 29, ano X, outubro 1995. Pp. 35-48.
ZALUAR, ALBA. “Exclusão e Políticas Públicas: Dilemas teóricos e alternativas políticas” in Integração Perversa: Pobreza e Tráfico de Drogas. Rio de Janeiro. FGV. 2004. Pp. 279-2003.
REGO,Walkíria & PINZANI, Alessandro. Vozes do Bolsa Família. São Paulo, UNESP. 2014.
WOLF, Eric. "Parentesco, Amizade e Relações Patrono-cliente em sociedades complexas". In: Feldman-Bianco, B. & Ribeiro, Gustavo Lins (Orgs.). Antropologia e Poder. Contribuições de Eric R. Wolf. BSB, SP: Imprensa Oficial, Ed. Unicamp, 2003.
FERNANDES, Adriana. Arte do contornamento e ocupação de moradia no Rio de Janeiro. Política & Trabalho – Revista de Ciências Sociais, n. 40, abril de 2014. Pp311-333.
PAES DE BARROS, Ricardo & FOGUEL, Miguel Nathan. “Focalização dos gastos públicos sociais e erradicação da pobreza no Brasil” in Desigualdade e Pobreza no Brasil. Rio de Janiero, IPEA, 2000.
Unidade 4 – Os “pobres” segundo algumas pesquisas das Ciências Sociais
ZALUAR, Alba. “As teorias sociais e os pobres: Os pobres como Objeto” in A Máquina e a Revolta. As Organizações Populares e o significado da Pobreza. São Paulo. Brasiliense, 2000.
ESCOREL, Sarah. Vidas ao Léu. Trajetórias de Exclusão Social. Rio de Janeiro. Fiocruz. 2009.
TAKEUTI, Norma. “Imaginário Social e Produção Social-Histórica da delinquência Juvenil” in No Outro Lado do Espelho_ A fratura Social e as Pulsões Juvenis. Rio de Janeiro. Relume Dumará. 2002.
ALVITO. Marcos. “Um Bicho de Sete Cabeças” in As Cores de Acari. Uma favela Carioca. Rio de Janeiro. FGV. 2004.
SARTI, Cynthia. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. São Paulo: Editora Autores Associados, 1996. [trechos a selecionar]
DUARTE, Luís Fernando Dias. Pouca Vergonha, Muita Vergonha: sexo e moralidade entre as classes trabalhadoras urbanas. Disponível via http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/1984/T84V01A26.pdf
GREGORI, Maria Filomena. Viração: experiências de meninos nas ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. [trechos a selecionar]
LOPES, Paulo Victor Leite. Sexualidade e Construção de si em uma favela carioca: pertencimentos, identidades, movimentos. Dissertação de Mestrado. UFRJ: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional. 2011. [trechos a selecionar]
AGUIÃO, Silvia. Cenas da Circulação: fragmentos de uma etnografia sobre homossexualidade, gênero, cor e mestiçagem em uma favela do Rio de Janeiro. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, n. 9, dez 2011, pp. 61-90.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXXVII IFCH 02 10714
Curso: Oficina de Produção e Edição de Imagens na Pesquisa Social
Horário: 4ª N1/N4
Professor responsável: Marcos Albuquerque
Período: 2014.02
Ano: 2014
Créditos: 04
Horas-aula: 60
Objetivos:
Curso introdutório à produção e edição de imagens na pesquisa em ciências sociais. Nele @ estudante será convidad@ a pensar a produção de imagens tanto como um objeto de pesquisa, quanto uma metodologia do cientista social. O curso focalizará o tema do Filme Etnográfico, seu conceito, subgêneros e contextos de produção. A formação do campo e seus principais autores/diretores. As ferramentas básicas para a produção de imagens na pesquisa social (captação, edição e compartilhamento de filmes etnográficos). Também será discutido o sistema atual de circulação/visualização dos filmes etnográficos e os sistemas de recepção/leitura dessa produção. Haverá ênfase no caso brasileiro.
Programa de curso:
[em contrução]
Bibliografia Básica:
ALBUQUERQUE, M. Conclusão. In: O regime imagético Pankararu: Tradução intercultural na
cidade de São Paulo. Tese de Doutorado, PPGAS/UFSC. 2011.
ALVES, André Os Argonautas do Mangue. Campinas: ed. UNICAMP, 2004.Cadernos de Antropologia e Imagem 1. Rio de Janeiro, UERJ, 1995. Cadernos de Antropologia e Imagem 2 (1). Rio de Janeiro, UERJ, 1996.Cadernos de Antropologia e Imagem 12(1). Rio de Janeiro, UERJ, 2001.
CLIFFORD, James. “Sobre a autoridade etnográfica”. In A experiência etnográfica. Antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.
COSTA, Catarina Alves. “Como incorporar a ambigüidade? Representação e tradução cultural na prática da realização do filme etnográfico”. In BARBOSA, CUNHA & HIKIJI (Orgs). Imagem-
conhecimento: antropologia, cinema e outros diálogos. Campinas: Papirus, 2009, pp:127-142.
GONÇALVES, Marco Antonio. O real imaginado: etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks. 2008.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005.
PEIXOTO, Clarice. Antropologia e filme etnográfico: um travelling no cenário literário da antropologia visual. Boletim Informativo e Bibliográfico em Ciências Sociais/BIB, 48: 91-115, 1999.
Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXXVIII – (IFCH02 10715)
Curso: Antropologia, Religião e Arte
Professor responsável: Edilson Pereira
Período: 2014.2
Horário: 6a T3/T6
Créditos: 4 - 60 Horas-aula
Objetivo:
O curso pretende explorar a noção de sagrado e suas implicações
nas análises antropológicas sobre religião e sobre certo domínio da arte. Nossos pontos de partida serão as obras de Durkheim, Mauss e Hubert, que colaboraram na definição do ‘sagrado’ e ‘profano’. Complementarmente, trataremos da apropriação dessas noções por autores vinculados ao Surrealismo e, com isso, observaremos como o sagrado/profano foi pensado para além do social e da religião, sendo relacionado também com domínios estético-artísticos, eróticos, políticos etc. Passaremos então a alguns exemplos da abordagem sócio-antropológica da arte, privilegiando trabalhos que evidenciam as relações (de contraposição, aproximação ou dissolução de fronteiras) entre a arte e aquilo que se identifica como ‘religioso’. Na sequência, apresentaremos alguns casos etnográficos e discutiremos propostas de realização de trabalhos práticos.
Nota: a bibliografia sugerida está sujeita a alterações de acordo com o andamento das aulas e com os interesses de pesquisa dos alunos.
Programa:
1. As noções de sagrado e profano: da Escola Sociológica Francesa aos surrealistas, e alguns desdobramentos
2. A dessacralização da arte pelas ciências sociais: “uma relação de amor e ódio”
3. Interstícios e relações entre cultura, arte e religião: casos etnográficos
4. Supervisão para o trabalho de campo/prático
Bibliografia:
UNIDADE 1
DURKHEIM, Émile. Introdução: Objeto da pesquisa; Cap.1: Definição do fenômeno religioso e da religião. In: As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MAUSS, Marcel & HUBERT, Henri. Sobre o Sacrifício. São Paulo: Cosac & Naify, 2005.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976. (páginas a definir)
UNIDADE 2
CLIFFORD, James. “Sobre o surrealismo etnográfico”. In: A Experiência Etnográfica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998, p. 132-178.
CAILLOIS, Roger. La ambigüedad de lo sagrado; La transgresión sagrada In: El Hombre y lo Sagrado. México: Fondo de Cultura Económica, 2004.
GIRARD, René. O sacrifício. In: A Violência e o Sagrado. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 11-54.
BATAILLE, Georges. Teoria da Religião. São Paulo: Ática, 1993. (páginas a definir)
BATAILLE, Georges. O Erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987. (páginas a definir)
LEIRIS, Michel. Espelho da Tauromaquia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
UNIDADE 3
BOURDIEU, Pierre. Mas quem criou os criadores? In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983, p. 162-172.
GELL, Alfred. A definição do problema: a necessidade de uma Antropologia da Arte. Revista Poiésis, n 14, p. 245-261, 2009.
LAGROU, Elsje. Antropologia e Arte: uma relação de amor e ódio. Ilha, v.5, n.2, 2003. pp. 93-113.
BATESON, Gregory. Uma teoria sobre brincadeira e fantasia. Cadernos IPUB – O discurso em mosaico. n° 5, 2000.
LATOUR, Bruno. O que é iconoclash? Ou, há um mundo além das guerras de imagem? Horizontes Antropológicos, n° 29, 2008. pp. 111-150.
UNIDADE 4
SANSI, Roger. “Fetiches e monumentos. Arte pública, iconoclastia e agência no caso dos ‘orixás’ do Dique do Tororó”. Religião e Sociedade , 25 (2), 2005: 62-81.
GIUMBELLI, Emerson. O Cristo Pichado: sacralidade e transgressão de um monumento urbano. Ponto.Urbe, v. 12, p. 5, 2013.
OLIVEIRA, Paola Lins de. O culto sagrado à arte na capela de Matisse. (no prelo).
MENEZES, Renata de C. Reflexões sobre a imagem sagrada a partir do Cristo de Borja. In: Reinheime; Sant Anna. (Orgs.). Reflexões sobre arte e cultura material. Rio de Janeiro: Folha Seca, 2013.
MAFRA, Clara C. J. A "arma da cultura" e os "universalismos parciais". Mana, v. 17, p. 607-624, 2011.
ROSE,
Nikolas. Sob o risco genético. In ROSE, N. A
política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI.
São Paulo: Paulus, 2013. Pp. 155-187.
Curso: Estudos e “vozes” sobre a Pobreza
Professores: Paula Mendes Lacerda / Dario de Sousa e Silva Filho
Horário: (3ª T2/T5)
Ementa:
“O segredo da Verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem histórias.." A Frase está no início do romance “Viva o Povo Brasileiro” de João Ubaldo Ribeiro. Nos termos das ciências sociais se pode dizer o mesmo admitindo que não há o indiscutível, há o que foi descrito e dito por diferentes vozes. As vozes sobre a pobreza no Brasil desigual são o ponto de partida deste curso: Além das vozes oficiais e do senso comum estudaremos as vozes da pobreza, da ralé, da gente das ruas, dos marginalizados, conectando a pobreza e a cor; a pobreza e os gêneros, a pobreza e os mitos da brasilidade e a pobreza como indexador de poder. Seguindo esta inspiração, buscaremos oferecer uma abordagem sociológica e antropológica sobre o tema da pobreza, valendo-se da experiência de seus dois professores, de duas áreas temáticas, em pesquisas e leituras sobre o tema. Partimos do pressuposto de que a “pobreza” e os “pobres” mais do que categorias socioeconômicas, são formas de classificação e exclusão que englobam categorias sociais várias, como “negros”, “índios”, “moradores de rua”, “favelados”, entre outras. Neste sentido, nossa proposta é oferecer instrumentos teóricos para que a “pobreza”, enquanto um critério potente de exclusão, seja compreendida em sua interdisciplinaridade.
O curso está dividido em quatro unidades que buscarão percorrer cenários, campos disciplinares e discussões políticas diferentes. Ao longo do curso, buscaremos nos concentrar em processos sociais, como os de construção social da pobreza, a transformação da pobreza em problema social, a criminalização da pobreza, a produção de mecanismos para a perpetuação da pobreza, as estratégias destes, classificados como “pobres”, em torno de “virações”, “contornamentos”, organizações e mobilizações. Na primeira unidade, buscaremos oferecer algumas ferramentas teóricas com as quais dialogaremos ao longo do curso. Nosso objetivo não será, em nenhum momento, apresentar definições fechadas, mas problematizar as que foram utilizadas por agentes públicos, religiosos, instituições administrativas, órgãos da assistência social etc, o que entendemos como parte do exercício de poder de controlar populações através do controle dos corpos (Foucault, 2006), do gestar e gerir grupos sociais (Souza Lima, 2002) e, ainda, das práticas e das linguagens produzidas para governar através das “margens do Estado”(Das e Poole, 2008). Na segunda unidade, buscaremos oferecer alguns eixos transversais, também denominados marcadores sociais da diferença ou da desigualdade, o que nos permitirá pensar como o poder se exerce diferentemente em relação às características das pessoas. Por um lado, tomaremos como norte os marcadores de sexo, gênero, geração, cor/raça, mas buscaremos adentrar nas “zonas cinzas” da interseccionalidade e também de critérios não tão facilmente mapeáveis como “aparência”, “tipo de moradia”, “número de filhos”, “situação conjugal” etc. A terceira unidade buscará discutir formas de relações entre os “pobres” e grupos (como o Estado, a Igreja, os políticos, a família, os patrões) para além da chave “paternalismo”, “salvacionismo”, “moralização”, mas nos valendo criativamente destas categorias. O que elas pretendem dizer? Sobre o que elas pretendem convencer? Por fim, na última unidade, percorreremos pesquisas e etnografias que tematizam a pobreza em interfaces variadas.
Observação: A bibliografia apresentada a seguir é somente um conjunto de possibilidades, devendo ser selecionada de acordo com o andamento das aulas e com as necessidades dos alunos.
Bibliografia:
Provocação introdutória:
FONSECA, Rubem. “Feliz Ano Novo”. In.: Feliz Ano Novo. Rio de Janeiro, Companhia das Letras, 2001. (crônica P 11-22)
Unidade 1 – Algumas ferramentas para o debate
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2006. [trechos a selecionar]
FOUCAULT, Michel. Segurança, Território e População – curso dado no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008. [trechos a selecionar]
WACQUANT. Loïc. “Rumo a uma ditadura sobre os pobres?” (Pp.9-19.) e “O Lugar da Prisão no novo governo da miséria,Vigiar e Punir: rumo ao social Panoptismo (Pp. 127-147) in As Prisões da Miséria. Rio de Janeiro. Zahar, 2011.
SOUZA, Jessé. “A Construção do mito da “Brasilidade” e Senso Comum e Justificação da Desigualdade” in A Ralé Brasileira. A Ralé Brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 2009.
VALLADARES, Licia do Prado. Cem Anos Pensando a Pobreza (Urbana) no Brasil in BOSCHI, Renato R. Corporativismo e Desigualdade. A Construção do Espaço Público no Brasil. Rio de Janeiro, IUPERJ. 2000.
SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. Sobre Gestar e Gerir a desigualdade: pontos de investigação e diálogo. In.: SOUZA LIMA, Antonio Carlos de (Org). Gestar e Gerir: estudos para um antropologia pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará: 2002. Pp. 11-22.
DAS, Veena e POOLE, Deborah. El Estado y sus márgenes. Etnografias comparadas. Cuadernos de Antropología Social, n. 27, 2008. Pp. 19-52.
Unidade 2 – A modulação da desigualdade
VIANNA, Adriana. Quem deve guardar as crianças? Dimensões tutelares da gestão contemporânea da infância. IN.: SOUZA LIMA, Antonio Carlos de (Org). Gestar e Gerir: estudos para um antropologia pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará: 2002. Pp. 271-312.
MOUTINHO, Laura. Negociando com a adversidade: reflexões sobre “raça”, (homo)sexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro. Revista Estudos Feministas, vol. 14, n. 1, abril 2006. Pp. 103-116.
MATTOS, Patrícia. A Dor e o Estigma da Puta Pobre in SOUZA, J. A Ralé Brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 2009. Pp. 173-204.
VALLE E Silva. Nelson & HASEMBALG. Carlos. Estrutura Social, Mobilidade e Raça. (Capítulo a ser definido). Rio de Janeiro, IUPERJ. 1988.
Unidade 3 – Paternalismo, salvacionismo, moralização. Reconhecimento de direitos ou “de que precisam os pobres?”
REIS, Elisa. "Desigualdade e solidariedade — uma releitura do `familismo amoral' de Banfield". Revista Brasileira de Ciências Sociais, 29, ano X, outubro 1995. Pp. 35-48.
ZALUAR, ALBA. “Exclusão e Políticas Públicas: Dilemas teóricos e alternativas políticas” in Integração Perversa: Pobreza e Tráfico de Drogas. Rio de Janeiro. FGV. 2004. Pp. 279-2003.
REGO,Walkíria & PINZANI, Alessandro. Vozes do Bolsa Família. São Paulo, UNESP. 2014.
WOLF, Eric. "Parentesco, Amizade e Relações Patrono-cliente em sociedades complexas". In: Feldman-Bianco, B. & Ribeiro, Gustavo Lins (Orgs.). Antropologia e Poder. Contribuições de Eric R. Wolf. BSB, SP: Imprensa Oficial, Ed. Unicamp, 2003.
FERNANDES, Adriana. Arte do contornamento e ocupação de moradia no Rio de Janeiro. Política & Trabalho – Revista de Ciências Sociais, n. 40, abril de 2014. Pp311-333.
PAES DE BARROS, Ricardo & FOGUEL, Miguel Nathan. “Focalização dos gastos públicos sociais e erradicação da pobreza no Brasil” in Desigualdade e Pobreza no Brasil. Rio de Janiero, IPEA, 2000.
Unidade 4 – Os “pobres” segundo algumas pesquisas das Ciências Sociais
ZALUAR, Alba. “As teorias sociais e os pobres: Os pobres como Objeto” in A Máquina e a Revolta. As Organizações Populares e o significado da Pobreza. São Paulo. Brasiliense, 2000.
ESCOREL, Sarah. Vidas ao Léu. Trajetórias de Exclusão Social. Rio de Janeiro. Fiocruz. 2009.
TAKEUTI, Norma. “Imaginário Social e Produção Social-Histórica da delinquência Juvenil” in No Outro Lado do Espelho_ A fratura Social e as Pulsões Juvenis. Rio de Janeiro. Relume Dumará. 2002.
ALVITO. Marcos. “Um Bicho de Sete Cabeças” in As Cores de Acari. Uma favela Carioca. Rio de Janeiro. FGV. 2004.
SARTI, Cynthia. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. São Paulo: Editora Autores Associados, 1996. [trechos a selecionar]
DUARTE, Luís Fernando Dias. Pouca Vergonha, Muita Vergonha: sexo e moralidade entre as classes trabalhadoras urbanas. Disponível via http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/1984/T84V01A26.pdf
GREGORI, Maria Filomena. Viração: experiências de meninos nas ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. [trechos a selecionar]
LOPES, Paulo Victor Leite. Sexualidade e Construção de si em uma favela carioca: pertencimentos, identidades, movimentos. Dissertação de Mestrado. UFRJ: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional. 2011. [trechos a selecionar]
AGUIÃO, Silvia. Cenas da Circulação: fragmentos de uma etnografia sobre homossexualidade, gênero, cor e mestiçagem em uma favela do Rio de Janeiro. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, n. 9, dez 2011, pp. 61-90.
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Disciplina:
Tópicos Especiais em Antropologia XXIX - (IFCH
02 10706)
Curso:
Ritual e Performance
Professor
responsável: MARCIA CONTINS
Período: 2014.2
Créditos
: 4 - 60 Horas-aula
Objetivos:
Não há sociedade humana sem rituais. Isto é, não há sociedades sem festas,
carnavais, cerimônias, procissões, funerais, desfiles, sacrifícios, e uma
infinidade de outras modalidades desse fenômeno. Mais precisamente, não há sociedade humana
que não faça uso da oposição entre “ritual” e “não-ritual”, embora os
significados que possam assumir esses dois termos variem amplamente, de acordo
com os distintos contextos etnográficos. Assim, cada coletividade humana vai,
por meio dos rituais, classificar e demarcar espaços e tempos extraordinários,
associados a comportamentos, atitudes, vestuário, alimentos, objetos,
personagens e vocabulários, e opostos a uma dimensão ordinária, ou cotidiana.
Inicialmente associado às práticas mágicas e religiosas, o ritual veio
posteriormente a ser entendido como a condição mesma dos processos de
construção e reprodução da vida social. Nesse sentido, o ritual desempenha um
papel central na própria formação das identidades sociais e, portanto, no
conhecimento comparativo das sociedades humanas.
Neste curso, discutiremos, inicialmente, com base
na literatura antropológica clássica, o conceito de ritual; e, em seguida,
aprofundaremos essa discussão a partir da discussão sobre Performance .
Discutiremos performance principalmente em relação as religiões
afro-brasileiras. O curso constará de aulas expositivas, leituras dos textos,
seminários dos alunos e um trabalho final.
Programa de
curso
Discussão com os clássicos sobre ritual e religião
1.
Apresntação do curso : discussão sobre ritual
2.
Evans-Pritchard, E.P. “Teorias psicológicas”; “Teorias sociológicas” In: Antropologia
social da religião,
pp. 35-109. Ed. Campus
3. Seminário
: O trabalho da Imaginação na textura do presente.
4. Frazer,
J. “A magia simpática” In: O ramo de
ouro. Zahar. pp. 34-46.
5..
Durkheim, É. As formas elementares da
vida religiosa, Livro III, Capítulo Primeiro: “O culto negativo e suas
funções: os ritos ascéticos”. Ed. Paulinas.
6.
Mauss, M. “O ensaio sobre a dádiva” In: Sociologia
e antropologia. Edusp.
7. Van
Gennep, A. Os ritos de passagem.
Ed. Vozes.
Ritual e Performance
8. Turner, V. O
processo ritual, Rio, Vozes. 1979.
9. Gluckman, Max. Rituais de rebelião no sudeste da África.
10. TURNER,
Victor. 2005. Floresta de Símbolos –
aspectos do ritual Ndembu. Cap II. Simbolismo ritual, moralidade e
estrutura social entre os Ndembu Niterói: Ed. UFF, 2005. Pp. 49-82.7.2)
11. TURNER,
Victor. 1988. The Anthropology of performance. New York, PAJ Publications.
12. GOFFMAN, E A
representação do eu na vida cotidiana. VOZES, 1975, 2. Estigma – notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.
2008.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXXI (IFCH 02 10708) – Oficina de observação da paisagem urbana
Professora responsável: Roberta Guimarães
Período: 2014.2
Horário: 5ª feira T1/T4
Créditos: 4 - 60 horas-aula
Objetivos
O curso pretende abordar alguns métodos de observação da paisagem na busca de uma experiência criativa sobre a cidade, em que suas materialidades e sociabilidades sejam apreendidas pelo exercício do olhar e sua transformação em texto verbal. Padronizações e quebras de paisagem, ocupação e interação dos habitantes, circuitos e trajetos serão alguns dos temas abordados. Desenho, fotografia, montagem e design serão experimentados como exercícios interpretativos, assumindo e problematizando a possibilidade da antropologia produzir e/ou analisar abordagens estéticas das paisagens urbanas.
Programa de curso
O curso será dividido em três módulos: 1. Estudos sobre a sensibilidade urbana, a construção estética e filosófica da noção de paisagem e de algumas metodologias para sua apreensão. 2. Visitas à área portuária da cidade para exercícios práticos de observação. 3. Debate em sala de aula sobre os resultados dos exercícios realizados.
Bibliografia
ANASTASSAKIS, Zoy. “Laboratório de design e antropologia”. Arcos Design. Rio de Janeiro, v. 07, julho de 2013. pp. 178-193.
CLIFFORD, James. Itinerarios transculturales. Gedisa: Barcelona, 1999.
CRAPANZANO, Vincent. “Horizontes imaginativos e o aquém e além”. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2005, vol. 48, nº 1.
GALANO, Ana Maria. “Entre nostalgias e sinais de uma nova estética: observatórios fotográficos de paisagens na França”. Cadernos de Antropologia e Imagem. Rio de Janeiro, Uerj, vol. 10, nº 1, 2000. pp. 83-101.
GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis: Vozes, 1997.
INGOLD, Tim. “Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais”. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, ano 18, nº 37, pp. 25-44, jan./jun. 2012.
KUSCHNIR, Karina. “Desenhando a cidade”. Sociologia & Antropologia, v. 02, n. 04, 2012.
MAGNANI, José Guilherme; TORRES, Lilian de Lucca. Na metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp, 1996.
PATERMAN, Rachel. “Imagens de natureza e classificações de espaço: problematizando a paisagem”. 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, Natal, 2014.
SIMMEL, George. A filosofia da paisagem. Covilhã: LusoSofia Press, 2009.
SIMMEL, George. “A metrópole e a vida mental”. In: Otávio Velho (org.), O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
SZANIECKI, Barbara. “Paisagem carioca, fotografia digital e mídia contemporânea: modulações da autenticidade”. Seminário Dispositivo Fotografia e Contemporaneidade. ESDI/UERJ, 2011.
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Disciplina:
Tópicos Especiais em Antropologia XXXIV (IFCH 02: 10711) – Estudos em Antropologia
e Saúde.
Curso:
Ciências Sociais
Professora
responsável: Waleska de Araújo Aureliano
Período: 2014.2
Horário: 6ª T2/T5
Pré-requisito: Teoria
Antropológica I
Objetivos
Este
curso tem por objetivo refletir sobre os estudos de Antropologia na sua relação
com a dimensão da saúde, considerando que esta vai além dos aspectos biológicos
por envolver diversas dimensões da vida social (família, trabalho, sexualidade,
religião, política, economia, etc.). Neste sentido, a disciplina percorrerá
estudos clássicos e contemporâneos cujas análises socioantropológicas estejam relacionadas
a questões de saúde, em um percurso que vai das aldeias aos hospitais, dos
rituais mágico-religiosos aos ensaios clínicos, das práticas de autoatenção aos
dispositivos do biopoder.
Programa de
curso
1.
Metodologia
A disciplina será conduzida através
de aulas expositivas, com a participação dos/as alunos/as na discussão das
leituras. Poderá ser utilizado material audiovisual em algumas sessões, a
critério da professora.
2.
Avaliação
A nota será composta por: 1) dois
trabalhos, sendo um deles obrigatoriamente escrito e individual*; 2)
participação e frequência em sala de aula.
*A avaliação escrita poderá
consistir em prova e/ou trabalho final. A outra forma de avaliação deverá ser
discutida com a turma, podendo ser outro trabalho escrito ou apresentação de
seminário.
Bibliografia
[Seleção
provisória, poderá sofrer alterações no decorrer do curso. Os textos serão
posteriormente organizados em sessões temáticas]
AURELIANO, Waleska.
Materialidade, Intenção e Cura: o uso de medicamentos no espiritismo
brasileiro. Debates do NER, v. 13, p.
253-280, 2012.
AZIZE, Rogério. “Notas de um ‘não-prescritor’: uma
etnografia entre os estandes da indústria farmacêutica no Congresso Brasileiro
de Psiquiatria”. IN: MALUF, S. & TORNQUIST, C. S. Gênero, saúde e aflição: abordagens
antropológicas. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2010, pp. 367-401.
BASTOS,
Cristiana. “Omulu em Lisboa: etnografias para uma teoria da globalização”. IN:
Etnográfica, Lisboa, Vol. V (2): 303-324, 2001.
BONET, Octavio. Saber e Sentir: uma etnografia da aprendizagem da biomedicina. Rio
de Janeiro: Fiocruz. 2004.
BURY, Michael. “Doença crônica como ruptura biográfica.” Tempus - Actas de Saúde Coletiva - Ciências
Sociais em Saúde, Brasília, v. 5, n.2, pp. 41-55, 2011.
CALVO-GONZALEZ, Elena. “Construindo Corpos nas Consultas Médicas: uma
etnografia sobre Hipertensão Arterial em Salvador, Bahia”. CADERNO
CRH, Salvador, v. 24, n. 61, p. 81-96,
Jan./Abr. 2011.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. São
Paulo: Perspectiva. 2012. [partes a selecionar]
EVANS PRITCHARD, E.E. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os
Azande. Rio de Janeiro: Zahar. 2005 [partes a selecionar]
FOLLÉR, Maj-Lis. “Intermedicalidade: a zona de contato criada
por povos indígenas e profissionais de saúde”. IN: LANGDON, Esther e GARNELO,
Luiza. Saúde dos Povos Indígenas:
reflexões sobre antropologia participativa. Rio de Janeiro: ContraCapa,
2004.
FOUCAULT, M. “Aula de 17 de março de 1976”. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.285-315.
GOFFMAN, E. Estigma. Rio de
Janeiro: Zahar, 1975. [partes a selecionar]
LANGDON, Esther Jean. “Representações de Doença e
Itinerário Terapêutico dos Siona da Amazônia Colombiana”. IN: SANTOS, R. V. e
COIMBRA JR., C. Saúde e Povos Indígenas.
Rio de Janeiro: Fiocruz. 1994.
LEVI-STRAUSS. “A eficácia simbólica” e “O
feiticeiro e sua magia”. IN: _______. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac
Naify. 2008.
MAUSS, Marcel. “As técnicas corporais”. Sociologia e
Antropologia. São Paulo: Cosac Naify. 2003.
MENEZES, Rachel Aisengart. Difíceis Decisões: etnografia de um Centro de Tratamento Intensivo. Rio de Janeiro: Fiocruz. 2006. [partes a selecionar]
MONTEIRO, Marko. “Controvérsias sobre genética e diferença: a pesquisa com câncer de próstata e disparidades raciais”. IN: FONSECA, C.; ROHDEN, F. e MACHADO, P. S. Ciências na Vida: antropologia da ciência em perspectiva. São Paulo: Terceiro Nome, 2012.
NOVO, Marina P. “O pluralismo médico: os serviços de saúde”. IN: _______. Os agentes indígenas de saúde do Alto Xingu. Brasília: Paralelo 15, 2010.
PACHECO, Gustavo de Britto Freire. Brinquedo de Cura. Um Estudo sobre a Pajelança Maranhense. Doutorado em Antropologia, Museu Nacional/UFRJ, 2004.
PETRYNA, Adriana. “Experimentalidade: ciência,
capital e poder no mundo dos ensaios clínicos”. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 17, n. 35, p. 127-160, jan./jun.
2011.
RABELO,
Miriam Cristina M. A construção do sentido nos tratamentos religiosos. RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação,
Informação e Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, 4(3): 3-11, 2010.
RABELO, Miriam; ALVES, Paulo C. e SOUZA, Iara. Experiência
da doença e narrativa. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. 1999.[partes a
selecionar]
RABINOW,
Paul e ROSE, Nikolás. “O conceito de biopoder hoje.” Política & Trabalho Revista de Ciências Sociais no. 24, Abril
de 2006 - pp. 27-57.
TURNER, Victor. Floresta de Símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: EDUff,
2013. [partes a selecionar]
____________. O Processo Ritual. Petrópolis:
Editora Vozes. 2013. [partes a selecionar]
VAN DER GEEST, Sjaak;
WHYTE, Susan Reynolds. “O encanto dos
medicamentos: metáforas e metonímias.” Sociedade e Cultura, Goiânia,
2011, V. 14(2), pp. 457-472.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXXVII IFCH 02 10714
Curso: Oficina de Produção e Edição de Imagens na Pesquisa Social
Horário: 4ª N1/N4
Professor responsável: Marcos Albuquerque
Período: 2014.02
Ano: 2014
Créditos: 04
Horas-aula: 60
Objetivos:
Curso introdutório à produção e edição de imagens na pesquisa em ciências sociais. Nele @ estudante será convidad@ a pensar a produção de imagens tanto como um objeto de pesquisa, quanto uma metodologia do cientista social. O curso focalizará o tema do Filme Etnográfico, seu conceito, subgêneros e contextos de produção. A formação do campo e seus principais autores/diretores. As ferramentas básicas para a produção de imagens na pesquisa social (captação, edição e compartilhamento de filmes etnográficos). Também será discutido o sistema atual de circulação/visualização dos filmes etnográficos e os sistemas de recepção/leitura dessa produção. Haverá ênfase no caso brasileiro.
Programa de curso:
[em contrução]
Bibliografia Básica:
ALBUQUERQUE, M. Conclusão. In: O regime imagético Pankararu: Tradução intercultural na
cidade de São Paulo. Tese de Doutorado, PPGAS/UFSC. 2011.
ALVES, André Os Argonautas do Mangue. Campinas: ed. UNICAMP, 2004.Cadernos de Antropologia e Imagem 1. Rio de Janeiro, UERJ, 1995. Cadernos de Antropologia e Imagem 2 (1). Rio de Janeiro, UERJ, 1996.Cadernos de Antropologia e Imagem 12(1). Rio de Janeiro, UERJ, 2001.
CLIFFORD, James. “Sobre a autoridade etnográfica”. In A experiência etnográfica. Antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.
COSTA, Catarina Alves. “Como incorporar a ambigüidade? Representação e tradução cultural na prática da realização do filme etnográfico”. In BARBOSA, CUNHA & HIKIJI (Orgs). Imagem-
conhecimento: antropologia, cinema e outros diálogos. Campinas: Papirus, 2009, pp:127-142.
GONÇALVES, Marco Antonio. O real imaginado: etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks. 2008.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005.
PEIXOTO, Clarice. Antropologia e filme etnográfico: um travelling no cenário literário da antropologia visual. Boletim Informativo e Bibliográfico em Ciências Sociais/BIB, 48: 91-115, 1999.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XXXVIII – (IFCH02 10715)
Curso: Antropologia, Religião e Arte
Professor responsável: Edilson Pereira
Período: 2014.2
Horário: 6a T3/T6
Créditos: 4 - 60 Horas-aula
Objetivo:
O curso pretende explorar a noção de sagrado e suas implicações
nas análises antropológicas sobre religião e sobre certo domínio da arte. Nossos pontos de partida serão as obras de Durkheim, Mauss e Hubert, que colaboraram na definição do ‘sagrado’ e ‘profano’. Complementarmente, trataremos da apropriação dessas noções por autores vinculados ao Surrealismo e, com isso, observaremos como o sagrado/profano foi pensado para além do social e da religião, sendo relacionado também com domínios estético-artísticos, eróticos, políticos etc. Passaremos então a alguns exemplos da abordagem sócio-antropológica da arte, privilegiando trabalhos que evidenciam as relações (de contraposição, aproximação ou dissolução de fronteiras) entre a arte e aquilo que se identifica como ‘religioso’. Na sequência, apresentaremos alguns casos etnográficos e discutiremos propostas de realização de trabalhos práticos.
Nota: a bibliografia sugerida está sujeita a alterações de acordo com o andamento das aulas e com os interesses de pesquisa dos alunos.
Programa:
1. As noções de sagrado e profano: da Escola Sociológica Francesa aos surrealistas, e alguns desdobramentos
2. A dessacralização da arte pelas ciências sociais: “uma relação de amor e ódio”
3. Interstícios e relações entre cultura, arte e religião: casos etnográficos
4. Supervisão para o trabalho de campo/prático
Bibliografia:
UNIDADE 1
DURKHEIM, Émile. Introdução: Objeto da pesquisa; Cap.1: Definição do fenômeno religioso e da religião. In: As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MAUSS, Marcel & HUBERT, Henri. Sobre o Sacrifício. São Paulo: Cosac & Naify, 2005.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976. (páginas a definir)
UNIDADE 2
CLIFFORD, James. “Sobre o surrealismo etnográfico”. In: A Experiência Etnográfica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998, p. 132-178.
CAILLOIS, Roger. La ambigüedad de lo sagrado; La transgresión sagrada In: El Hombre y lo Sagrado. México: Fondo de Cultura Económica, 2004.
GIRARD, René. O sacrifício. In: A Violência e o Sagrado. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 11-54.
BATAILLE, Georges. Teoria da Religião. São Paulo: Ática, 1993. (páginas a definir)
BATAILLE, Georges. O Erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987. (páginas a definir)
LEIRIS, Michel. Espelho da Tauromaquia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
UNIDADE 3
BOURDIEU, Pierre. Mas quem criou os criadores? In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983, p. 162-172.
GELL, Alfred. A definição do problema: a necessidade de uma Antropologia da Arte. Revista Poiésis, n 14, p. 245-261, 2009.
LAGROU, Elsje. Antropologia e Arte: uma relação de amor e ódio. Ilha, v.5, n.2, 2003. pp. 93-113.
BATESON, Gregory. Uma teoria sobre brincadeira e fantasia. Cadernos IPUB – O discurso em mosaico. n° 5, 2000.
LATOUR, Bruno. O que é iconoclash? Ou, há um mundo além das guerras de imagem? Horizontes Antropológicos, n° 29, 2008. pp. 111-150.
UNIDADE 4
SANSI, Roger. “Fetiches e monumentos. Arte pública, iconoclastia e agência no caso dos ‘orixás’ do Dique do Tororó”. Religião e Sociedade , 25 (2), 2005: 62-81.
GIUMBELLI, Emerson. O Cristo Pichado: sacralidade e transgressão de um monumento urbano. Ponto.Urbe, v. 12, p. 5, 2013.
OLIVEIRA, Paola Lins de. O culto sagrado à arte na capela de Matisse. (no prelo).
MENEZES, Renata de C. Reflexões sobre a imagem sagrada a partir do Cristo de Borja. In: Reinheime; Sant Anna. (Orgs.). Reflexões sobre arte e cultura material. Rio de Janeiro: Folha Seca, 2013.
MAFRA, Clara C. J. A "arma da cultura" e os "universalismos parciais". Mana, v. 17, p. 607-624, 2011.
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Disciplina: Tópicos Especiais em Antropologia XVII (IFCH 02 - 6908) –
Biografias e Construção Social da Pessoa
Curso: Ciências Sociais
Professora Responsável: Waleska de Araújo Aureliano
Período: 2014.2
Horário:
4ª
T2/T5
Pré-requisito:
Teoria Antropológica II
Objetivos
Este curso tem por
objetivo refletir sobre as condições sócio-intelectuais que permitem aos
sujeitos fazer escolhas e decidir sobre os modos de lidar com experiências de
saúde, doença, morte, sexualidade nas quais o corpo e suas representações se
tornam centrais. Baseando-se na análise teórica da construção social da pessoa,
e explorando histórias de vida e relatos (auto) biográficos, o curso dedica-se
a três tópicos de discussão: 1) a noção de pessoa, tal como pensada na
antropologia; 2) a construção histórica da concepção de autonomia; e,
finalmente, 3) a noção de projeto e estilo de vida na delineação de trajetórias
pessoais que tem nas dimensões corpo-saúde-doença seu eixo de produção.
Programa de
curso
1.
Metodologia
A disciplina será conduzida através
de aulas expositivas, com a participação dos/as alunos/as na discussão das
leituras. Poderá ser utilizado material audiovisual em algumas sessões, a
critério da professora.
2.
Avaliação
A nota será composta por: 1) dois
trabalhos escritos, sendo um deles obrigatoriamente individual*; 2)
participação e frequência em sala de aula.
*As avaliações escritas poderão
consistir em prova, resenha crítica de parte da bibliografia trabalhada no
curso e/ou trabalho final.
Bibliografia:
DUMONT, Louis. O Individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2000. [partes a selecionar]
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4ª
ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988. [partes a selecionar]
MAUSS, Mauss. Uma categoria do espírito humano:
a noção de pessoa e a de “eu”. In: ______. Sociologia
e Antropologia. São Paulo: Cosacnaify, 2003. pp.369-397.
ORTNER, Sherry. Poder e Projetos: reflexões
sobre a agência. In: GROSSI, M; ECKERT, C; FRY, P. (Org.). Conferências e diálogos: saberes e práticas antropológicas. Brasília:
ABA; Blumenau: Nova Letra, 2007 p. 45-80 (acesso on line em inglês na Revista
VIBRANT – www.vibrant.org.br).
REZENDE,
C. B.; COELHO, M. C. Antropologia das
emoções. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. [Cap. 4.]
ROSE,
Nikolas. Sob o risco genético. In ROSE, N. A
política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI.
São Paulo: Paulus, 2013. Pp. 155-187.
SCHNEEWIND, J. B. A invenção da autonomia. São Leopoldo: Unisinos, 1998. [partes a
selecionar]
SOARES, J.C.R.S.; CAMARGO JR., K.R. A autonomia do paciente no processo terapêutico como valor para a saúde. Interface
(Botucatu) [online]. 2007, vol.11, n.21, pp. 65-78.
VENTURA,
M. e SCHRAMM, F. Limites e possibilidades do exercício da autonomia nas
práticas terapêuticas de modificação corporal e alteração da identidade sexual.
Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, v. 19(1), pp. 65-93.
BIOGRAFIAS/RELATOS
(partes a selecionar)
FOUCAULT, Michel. Herculine
Barbin: O Diário de um Hermafrodita. Prefácio Michel Foucault; Novela Oscar
Panizza. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.
HITCHENS, Christopher. Últimas Palavras. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2012.
KAHLO,
Frida. O diário de Frida Kahlo: um
autorretrato íntimo. José Olympio Editora, 2012.
LIFFSCHITZ, Gabriela. Efectos
Colaterales. Buenos Aires: Grupo Editorial Norma, 2003.
NERY, João. Viagem
solitária: memórias de um transexual trinta anos depois. São Paulo: Editora
Leya, 2011.
SEIXAS, Heloisa. O
lugar escuro: uma história de senilidade e loucura. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2007.